Pronúncia: ragal
Nomes Alternativos: hagalaz, hoel, haegl, hagel, haal, hagl
Significados Tradicionais: granizo, nevasca, ruptura
Palavras-Chave: liberação dramática, nascimento, correção de
desequilíbrio, adversidade vantajosa
Usos Práticos: vantajosa para se manter a calma quando se
está sendo provocado, uma ajuda para transformar influências hostis ou
adversas em resultados benéficos, banir influências indesejáveis, desenvolver intuição
estruturadamente a fim de que não saia do controle, focar as intenções
Usos Mágicos: para
remover influências indesejáveis, quebrar padrões destrutivos
Desafio: aceite o desafio de uma situação aparentemente
adversa — confie em si mesmo para discernir as coisas e tirar vantagem do
momento
Correspondências:
Fonema: H
Regência Planetária: Saturno (Passiva)
Pedra: Ônix
Flor: Orquídea
Árvore: Freixo da Montanha
Número: 8
Classe Social: Operária
Cor: Branco
Mitos e Deidades: Heimdall, Ragnarok, Loki, Gigantes do Gelo
Tarô: Sacerdotisa
Período do Dia: das 11 às 12 hs
Significados Gerais e Simbólicos:
Compreender
que a vida no universo material nos impõe certas limitações naturais; aprenda a
viver dentro destas limitações e desse modo seja feliz — tudo isto constitui
atributos desta runa. Sendo HAGALL uma daquelas runas que não possuem posição
reversa, pode-se dizer que essa injunção é imutável, que quem concordar com
isto será feliz e próspero, enquanto aquele que ignorar essa injunção
encontrará tristeza e fracasso.
O mnemônico
escolhido pelo xamã teutônico para representar essa faceta de seu conhecimento
foi “granizo”. Diferente da chuva, o granizo pode danificar a colheita se essa
estiver ainda nos campos.
O xamã era
perito na arte de controle do clima, mas ele também entendia que a Terra
representava uma unidade ecológica, e quem adulterasse seriamente essa unidade
estava trocando benefícios a curto prazo por desastres a longo prazo. Por essa
razão, o xamã de todas as culturas primitivas somente interferia com as
condições climáticas depois de um período prolongado de um tipo de clima — um
período longo de seca, ou um período longo de chuvas. Ele não interferia no
clima com base no dia-a-dia, entendendo que os agricultores deviam trabalhar
dentro do padrão das estações, e que o quanto mais próximo a humanidade
trabalhasse com a natureza, mais sucesso ela alcançaria.
HAGALL
representa, portanto, todos os eventos que jazem fora do nosso controle. Estes
eventos podem ser bons ou maus, mas já que essa runa indica a interferência de
uma força impessoal (tal como a natureza, que faz chover tanto para os que
necessitam como para os que não precisam) na vida de todos, e já que muitas
pessoas reagem negativamente ao serem tratadas com impessoalidade, HAGALL
freqüentemente assume um significado desafortunado. Usualmente, expressa uma
ruptura, e se refere àquelas áreas da vida que não podem ser acuradamente
estimadas quando planejando o futuro, por não estarem sob o nosso controle.
Assim, os eventos pressagiados por essa runa geralmente nos surpreendem de uma
maneira repentina e inesperada, podendo constituir um choque ou (ao menos) uma
surpresa. Outras runas acompanhantes habilitarão uma avaliação desta
“surpresa”, se será agradável ou não. Visto
que essa runa está fortemente conectada à natureza e acontecimentos naturais,
às vezes designa um evento natural que irrompe, como doença, morte, um
casamento, ou um nascimento. Essa ruptura pode ou não causar o abandono do
nosso prévio curso de ação, dependendo das runas associadas. Não se deve
pensar, entretanto, na ruptura como um evento colérico, já que este é um poder
de mudança natural, necessário para corrigir qualquer desequilíbrio e criar
condições para o crescimento e o desenvolvimento. Não se deve interpretar como
punição divina por algum erro imaginado, quando, de fato, é mero modo de trazer
a atenção para um padrão recorrente na vida. Infelizmente, estes tipos de
evento têm uma tendência a repetir-se com uma severidade cada vez maior, até que
a lição seja aprendida e o padrão seja quebrado. Por exemplo, alguém que
precise abandonar sua dependência de certo tipo de pessoa, vai se achar em
relacionamentos com tais pessoas vezes sem conta, com resultados mais e mais
desastrosos, até que reconheçam o padrão emanado dela mesma e quebre-o por
vontade própria. Mas, em qualquer caso, essa ruptura dura por um longo tempo. Retirar essa runa em um lançamento
indica uma necessidade premente da Psique em se libertar de uma identificação
restrita com a realidade, destruindo-se o obsoleto e removendo-se o
irrelevante.
Algumas
vezes, HAGALL mostra que o futuro jaz nas mãos de outra pessoa. Em alguns
casos, se está cônscio de que uma decisão concernente ao seu futuro está para
se fazer; em outros, é abençoado por não saber o que se passa. Porque HAGALL é
uma runa impessoal, essa decisão normalmente repousa nas mãos de um grupo de
pessoas: uma comissão de diretores, um conselho municipal, um corpo
governamental, uma corte de justiça, um tribunal ou um comitê. Mesmo quando a
decisão parece repousar em uma única pessoa, tem-se pouco ou nenhum contato
pessoal com ela, que age dentro de uma série de regras ou condições que impedem
tanto a maldade como os favores pessoais.
E já que o
evento prognosticado por HAGALL é apontado como um “ato de Deus” (ou da Mãe
Natureza, dependendo do ponto de vista) ou um ato de alguma burocracia
impessoal, em geral toma-se ciência dele através de um intermediário ou de uma
correspondência oficial. Em conseqüência, essa runa pode enunciar o recebimento
de notícias, sobre algum acontecimento natural ou sobre uma decisão tomada por
uma grande e influente organização, limitando ainda mais o contato pessoal.
Em um
lançamento rúnico afortunado, HAGALL pode representar uma interrupção, mais do
que uma ruptura, resultando que os assuntos continuarão como estavam antes.
Isto é especialmente verdadeiro quando HAGALL está emparelhada com uma runa de
atraso, como ISA, NYD ou OTHILA reversa. Alternativamente, a ruptura
pressagiada por HAGALL pode fazer com que se mude a direção completamente. Como
sempre, muito depende das outras runas no lançamento, particularmente aquelas
que seguem depois de HAGALL. Certas vezes, a ruptura predita pode ser
afortunada, como quando HAGALL menciona uma decisão governamental favorável mas
inesperada. Ou pode trazer condições favoráveis, desviando-nos de um curso de
ação desfavorável ou de um sucesso moderado — mesmo que este desvio possa ser
grandemente amaldiçoado ou deplorado na época.
Um dos
eventos naturais que o xamã teutônico observava HAGALL presidir era o
nascimento, e, freqüentemente, essa runa significa fertilidade de mente e de
corpo, quando emparelhada com uma das runas de criatividade, como KANO e TIR,
ou com outras runas da fertilidade, como BERKANA, LAGU ou ING.
Porque as
situações descritas por essa runa podem ser propícias ou reversas, HAGALL
implica na própria vida como um jogo. Geralmente, essa runa surge quando se
está enfrentando grande risco que, caso se salde, resultará em segurança
financeira, realização emocional ou saúde restaurada. HAGALL emparelhada com
FEHU ou JARA denota um retorno próspero por meio de trabalho árduo e esforço
investido, mas combinada a PERTH significa um ganho na loteria, em um bolo de
apostas ou numa competição. Já com FEHU ou PERTH reversas, declararia fracasso
nos respectivos campos.
8 comentários:
Como assim, "fertilidade de mente e de corpo"?
Olá,
A fertilidade de mente se refere às novas ideias, novos planos, imaginação posta a trabalhar. De corpo, evidentemente, representa a possibilidade de progenia.
Fabrício, se Hagall vem junto a runa branca ou runa de Odin, o que ela significa? Obrigada, Adriana.
Adriana,
A runa em branco sempre é de difícil interpretação, visto que não é da origem dos jogos rúnicos. Melhor entender a combinação como sendo uma potencialização da runa marcada, ou seja, no caso, de Hagall.
Obrigada, Fabrício! Foi exatamente como pensei.
Abraços, Adriana. :)
Às ordens, Adriana. Estou afastado do estudo (e prática) das runas há muito tempo e acho bastante interessante meus escritos terem alguma repercussão. Fique muito à vontade para dialogar.
Fabrício
muito obrigado pelos textos sobre as runas. São muito bons, e tratam de forma diferente do que tenho encontrado por aí.
Tenho uma dúvida em relação à "Runa de Odin", a Runa branca, ou wyrd. (afinal, todas as runas são de Odin: eu estou estudando as runas, semanalmente sorteio uma para refletir e estudar, para, você sabe, conhecer mais a fundo cada uma delas. Tirei essa semana a Wyrd e acho muito pouco sobre ela. Li que o que você comentou acima, que ela não é da prática rúnica. Pode falar mais sobre isso?
Em resumo, Luís, Wyrd foi introduzida no runemal pelo autor Ralph Blum, quando ele escreveu o livro que fez o renascimento do estudo rúnico, "O Livro de Runas" (editado no Brasil pela Bertrand Brasil).
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