Geomancia: Segundo Par

quarta-feira, setembro 26

CAPUT DRACONIS, a Cabeça do Dragão, é uma figura positiva que evoca a ideia de uma realização. É a vontade dirigida pela cabeça, isto é, a consciência. É uma figura lúcida e objetiva. CAUDA DRACONIS, a Cauda do Dragão, é uma figura negativa. São os baixos instintos que orientam a ação, o que torna possível a falsidade e a mentira.

O desenho das duas figuras mostra que em uma domina a cabeça, o Fogo, enquanto na outra domina a matéria, a Terra. O dia e a noite, o céu e o inferno. A primeira evoca um líder sábio e lúcido, a segunda, um bando de hienas.

Geomancia: Primeiro Par

quarta-feira, setembro 19


VIA, o Caminho, é a figura que contém o menor número de pontos. Evoca a ideia de uma busca solitária, de um esforço necessário para encontrar o caminho certo. POPULUS, o Povo, naturalmente a figura que contém o maior número de pontos. Evoca a ideia de multidão e todas as nuanças que esta possa conter. É uma massa difícil de mobilizar e igualmente difícil de controlar.

A relação entre ambas as figuras é de complementaridade: é o indivíduo em relação à multidão, a análise em relação à confusão. O movimento VIA é o avanço, enquanto que POPULUS denota um burburinho permanente, uma espécie de efervescência surda e vaga. Uma é uma estrada solitária; a outra é uma praça em pleno carnaval.



Geomancia: Os Pares Geomânticos

quarta-feira, setembro 12

As dezesseis figuras geomânticas são compostas de pontos — um ou dois — dispostos em quatro níveis, como, por exemplo:


Cada um desses quatro níveis está relacionado simbolicamente a um dos elementos astrológicos — Fogo, Ar, Água e Terra — e a uma parte do corpo humano. Dessa maneira, temos a seguinte configuração:


Ao observarmos as dezesseis figuras, ficam imediatamente perceptíveis as relações simbólicas que existem entre elas.

Geomancia: Introdução

quarta-feira, setembro 5


Embora seja pouco conhecida atualmente, a Geomancia é uma arte divinatória muito antiga e das mais importantes. É classificada, ao lado da Astrologia, da Quiromancia e da Cartomancia, como uma das Artes Mestras entre todas as que o homem utiliza para conhecer mais sobre o seu futuro. Seu nome vem de duas palavras gregas: Gê, terra, e manteia, adivinhação; literalmente, adivinhação pela terra.

Segundo os especialistas, a Geomancia, que atualmente não exige mais que uma folha de papel e um lápis, na origem era praticada desenhando-se pontos na terra, que depois formavam as figuras geométricas utilizadas na sua interpretação. No Oriente e nos países onde predominam os desertos era também chamada de “Ciência da Areia”.

A maior parte dos especialistas da arte geomântica concorda em considerar que ela nasceu na Pérsia, há vários milênios; mas as provas de sua existência se perderam no tempo, do mesmo modo como se apagam as histórias escritas na areia. Somente no século XIV surgiriam escritos dedicados à Geomancia e esta ciência seria citada numa das principais obras literárias da humanidade: “Na hora em que, pouco antes da aurora, os Geomantes veem subir no Oriente a sua Fortuna Maior, por via que, pouco antes, era obscura”, disse Dante, no Canto do Purgatório, na Divina Comédia.

Depois disso, muitos foram os que se interessaram pela Geomancia, alguns para praticá-la, outros para analisar seu alcance simbólico e encontrar correspondências com a Astrologia. Assim, foram encontradas analogias entre as figuras geomânticas e os planetas ou os signos do Zodíaco.

Uma das características da Geomancia é ter sido usada e praticada de forma semelhante no Oriente e no Ocidente. O modo de montar um tema geomântico não mudou, por mais que mudassem as latitudes e as línguas. Nas obras dedicadas a ela, pode-se notar diferenças de interpretação, que mais se devem ao pensamento particular de uma época ou de um lugar do que a divergências de método. Ao que tudo indica, foram os árabes os que mais destaque deram à Geomancia, que também é citada nas Mil e uma Noites.